o fundo do poço

meu corpo caiu.

eu me joguei do andar mais alto da dor
fui onde eu nunca imaginei
cheguei ao fundo
do poço
talvez ele seja confortável demais
úmido
quente
escuro
reconfortante
mas aterroriza
que dia vou sair daqui
eu bato nas paredes da alma o tempo todo
eu quero me rasgar em sentimentos
nao quero mais agonizar de amor

sobre reencontros e despedidas

eu claramente nunca fui boa em dar tchau pra ninguém
nunca soube sair de uma relação ou relacionamento ou o nome que isso tiver
eu sempre deixei as coisas esfriarem, morrerem
eu sempre fiquei distante esperando que isso significasse alguma coisa
eu nunca soube terminar 
porque terminar exige esforço emocional e um psicológico preparado
eu também nunca tive isso
nunca fechei um ciclo 
nunca consegui terminar as coisas que comecei se elas exigiam um timing 
e direto ao assunto dos reencontros 
não digo sobre "olha, fulano, que bom te ver de novo"
falo de sentimentos mais profundos
o reencontro com o que você sente
com aquelas coisas que há tanto tempo tão guardadas dentro de você
lá no fundo mesmo 
coisas que nem você lembrava que existiam mais
aquilo que foi reprimido por tanto tempo 
agora transborda
transborda e te preocupa
porque você não sabe dar tchau pra ninguém 

corações não se partem...

A perda nos desnorteia e confunde  
Acabamos sentindo medo de existir sem ela  
Quando a pessoa silencia  
Quando não sabemos se está bem  
Quando pensamos que ela não se importa  
Então sentimos um pouco de revolta  
Precisamos sobreviver até preencher  
O coração fica como um campo minado  
Vamos nos apoiando em lembranças 
E deste sentimento indiferente e unilateral  
Aprendemos mais um pouco  
Sabemos que precisamos respeitar a posição das pessoas  
Quem ama, quer estar ao lado 
Constroem juntos e semeiam o futuro  
Buscando um modo de ser melhor com o tempo  
Corações não se partem  
Apenas silenciam.

pequenas coisas sobre mim...

Não sei receber elogios, fico sem saber o que fazer, me atrapalho e acabo trocando de assunto (quando não troco as pernas e tropeço em algum canto de mim. Sorrio para disfarçar desconfortos. Se eu não gosto de você é bem provável que você tenha medo do meu olhar. E eu posso simplesmente não gostar de você de graça. Se eu gostar de você aviso de antemão que você é uma pessoa de sorte. Eu me entrego. Quem vive comigo sabe. Quem convive comigo sente. Eu amo poucos. Mas esses poucos, pode apostar, amo muito.